quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Picadeiro do caos

Nunca gostei de palhaços. Não sei exatamente o porquê de tanto ódio direcionado a esses seres com suas caras pintadas, suas calças bufantes e seus sapatos exageradamente grandes.
As lembranças de infância que incluem essa figura circense são de muito medo. Acho que esse excesso de alegria, essa fantasia lúdica, sempre foi surreal demais para minha imaginação.
Constantemente me questionava: "Quanta tristeza se esconde atrás da tinta?". É impossível ser feliz o tempo inteiro. É improvável contentar-se em fazer o outro rir, voltar para o camarim, retirar toda a suposta alegria da cara, e jantar sopa rala com pão duro e, ainda assim, ser feliz... ninguém pode ser tão altruísta. Acho que, na verdade, sinto pena do palhaço. Suponho que ele deva sofrer em fazer tanta gente feliz, sem nunca receber algo em troca.


Juliana R. Sanchez

E agora, Doutor?

Certa vez fui ao médico. Consulta de rotina, colher uma amostra de sangue para um hemograma...coisa do tipo. Afinal, sempre fui saudável, daquele tipo que brada orgulhosamente: "não pego nem gripe!".
Mas, convenhamos, quem é realmente saudável hoje em dia? Pois foi durante essa consulta, rotineira, que descobri que sofro de um mal grave, gravíssimo, hiperbolemente gravíssimo. Sofro de uma doença congênita no coração, confirmada após diversos exames.
E a maldita doença tem nome e sobrenome: Desvio de Fluxo na Bulha 2, também conhecida como sopro. O médico, esforçado, devo reconhecer, tentou exaustivamente me explicar o que era aquela doença, o que causava, mostrando num frio, duro e ignóbil coração de plástico a localização da famigerada...mas, foi inútil.
A dúvida acerca do mal que me acometia persistiu, até que minha irmã, com toda a sabedoria de seus 16 anos, iluminou minha mente com uma explicação simplória: "Jú, seu coração é brizado!"....simples assim.
Ora, isso explica tantas coisas! Justifica tantos erros, tantas falhas, tantas frases antecipadas, mal-ditas, malditas e mal-elaboradas!
Simples, meu coração é congenitamente chapado. Tapado mesmo! E essa doença traz cada consequência!
Uma delas, talvez a mais grave, é que não possuo filtro. Falo tudo o que sinto na hora que bem entendo.
Infelizmente, certas palavras ditas, como as flechas lançadas, não podem ser recuperadas...pior ainda, as vezes retornam e causam dores incomensuráveis.
Cada vez que elas voltam e me fazem sentir a dor que causo, penso: "da próxima vez será diferente, da próxima vez terei mais cautela"...mas minha doença é congênita, meu mal não tem cura...
Juliana R. Sanchez

Procura-se!!!


Cadê o sorriso que estava aqui?
Cadê?
Ele surgia tão constantemente,
Até mesmo gratuitamente!
Agora, não sei onde se esconde.
Procurei dentro de mim, lá no fundo,
Só achei vazio, só achei o escuro.
Ele costumava iluminar minh'alma,
sem ele resta o limo abissal...
Cadê o sorriso que estava aqui?
Cadê?
Fugiu com sei-lá-quem,
Foi pra longe!
Tá se escondendo de mim
Sei lá onde!
Sumiu daqui sem mais nem porquê.
Juliana R. Sanchez

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Que bicho vai dar!

Vamos ver que bicho vai dar esse blog!

Poder postar as confusões da minha mente irreversivelmente perturbada talvez seja um alívio!

Compartilhar dúvidas, inseguranças, incertezas, alegrias, enfim, todos os sentimentos que constantemente dominam minha vida!

Colocar para fora o turbilhão de idéias que, muitas vezes, chega como uma onda que me pega desprevenida e me leva looonge!

Mas quero escrever de forma despretensiosa. Não quero procurar no dicionário palavras que tornem meu texto mais rebuscado, não pretendo caçar idéias, discutir política, metafísica ou o sexo dos anjos! Simplesmente quero deixar fluir as idéias, vomitar sentimentos e expor meus pensamentos!

Juliana R. Sanchez