terça-feira, 30 de outubro de 2007

Ao Inominável - I

Ah, essa covardia que me prende. Que amarra meus braços proibindo abraços. Que ata minhas mãos e impede a efetivação de carícias curtidas e conservadas há longa data. Que tranca minha boca e transfere a um baú trancado desejos de beijos intermináveis. Que trava meu corpo e proíbe a entrega. Essa covardia que faz engasgar na laringe frases loucas de juras eternas de amor. Essa covardia não atinge meus olhos que te procuram incessantemente. Não aflige minha alma que se regojiza com sua presença. Essa covardia não insensibiliza meu coração que pulsa involuntariamente por você, emanando fluxos de fluidos que tomam todo meu ser, espalhando por todas as células retalhos de um desejo armazenado, porém não esquecido. Hoje quero gritar: afasta de mim esse “cale-se” e traz uma dose de coragem.

Juliana R. Sanchez

Um comentário:

Rafael Guerreiro disse...

Essa covardia...talvez ela seja inerente a nossa espécie, ou será apenas que sofro do mesmo mal?